As feridas em diabéticos representam um dos maiores desafios no controle da doença. Um simples corte ou bolha pode evoluir para uma complicação grave se não houver atenção imediata. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 85% das amputações em pessoas com diabetes são precedidas por uma úlcera mal tratada. Essa estatística por si só já mostra a importância do tema.
A cicatrização comprometida em pessoas com diabetes é um problema silencioso. Muitas vezes, o paciente só percebe a gravidade da situação quando a ferida já está infeccionada ou difícil de tratar. A neuropatia diabética, que reduz a sensibilidade nos pés, somada à má circulação, contribui para que pequenos machucados passem despercebidos.
Este artigo tem como objetivo informar e orientar sobre os cuidados essenciais com feridas em diabéticos, os tratamentos mais recomendados, inclusive o uso de pomada cicatrizante para diabetes, além de dicas para prevenir infecções e úlceras diabéticas. Tudo com uma linguagem simples, acessível e baseada em fontes confiáveis. Acompanhe!
Por que as feridas em diabéticos demoram a cicatrizar?
A resposta está em dois fatores principais: comprometimento da circulação e redução da resposta imunológica.

1. Má circulação sanguínea
Pessoas com diabetes tendem a desenvolver problemas vasculares, especialmente nas extremidades como pés e mãos. Isso ocorre porque a glicose alta afeta os vasos sanguíneos, dificultando o transporte de oxigênio e nutrientes até a ferida, o que é essencial para o processo de regeneração da pele.
2. Neuropatia diabética
Muitos pacientes desenvolvem neuropatia periférica, uma condição em que há diminuição ou perda da sensibilidade. O perigo é que a pessoa pode se machucar e não perceber. Quando o problema é detectado, a ferida já pode estar avançada, com infecção ou necrose.
3. Sistema imunológico enfraquecido
O excesso de glicose também compromete a resposta do sistema imune, o que significa que o corpo demora mais para combater bactérias e outros agentes infecciosos. Esse atraso facilita o agravamento de feridas, tornando o tratamento mais longo e delicado.
Pomadas e curativos recomendados para acelerar a cicatrização
Para o tratamento eficaz das feridas em diabéticos, o uso de produtos adequados é fundamental. O acompanhamento médico é indispensável, mas é importante conhecer os recursos disponíveis.
Pomada cicatrizante para diabetes: quais as melhores opções?
As pomadas cicatrizantes para diabetes têm ação anti-inflamatória, antibacteriana e hidratante. As mais usadas incluem:
- Colagenase: ajuda na remoção de tecidos mortos e favorece a regeneração.
- Furacin (Nitrofural): ação antimicrobiana para prevenir infecções.
- Bepantol Derma: para lesões leves, hidrata e acelera a cicatrização.
- Hidrogel com prata: indicado para úlceras e feridas mais complexas.
Lembrando que a automedicação pode ser perigosa. Sempre consulte um profissional de saúde para definir a pomada mais adequada para o seu caso.
Curativos especiais para úlceras diabéticas
O tratamento de úlceras diabética exige cuidado contínuo e, muitas vezes, o uso de curativos específicos:
- Curativos hidrocolóides: mantêm o ambiente úmido e favorecem a cicatrização.
- Espumas de poliuretano: absorvem secreções e protegem a ferida.
- Curativos com prata: combatem bactérias resistentes e evitam infecções.
Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de curativos a vácuo, que auxiliam na remoção de exsudatos e estimulam a regeneração do tecido.
Como prevenir infecções graves e complicações?
Prevenir é sempre o melhor caminho, principalmente quando falamos de feridas em diabéticos. A seguir, veja algumas orientações práticas que fazem toda a diferença:
1. Inspecione os pés diariamente
Use um espelho ou peça ajuda para verificar a presença de cortes, bolhas ou calos. Qualquer alteração deve ser comunicada ao médico.
2. Mantenha os pés limpos e secos
Lave com água morna e sabão neutro. Seque bem entre os dedos para evitar proliferação de fungos.
3. Use calçados confortáveis
Evite andar descalço e escolha sapatos fechados, macios e com espaço para os dedos. Meias sem costura também ajudam a prevenir atritos.
4. Controle rigoroso da glicemia
Manter a glicose dentro dos níveis adequados é a chave para evitar complicações, incluindo as relacionadas à cicatrização.
5. Não ignore pequenos machucados
Mesmo feridas pequenas devem ser tratadas com atenção. Aplique antisséptico, mantenha o local limpo e coberto, e observe a evolução.
6. Faça acompanhamento com profissionais especializados
Podólogos, enfermeiros estomaterapeutas e endocrinologistas podem orientar o melhor cuidado para prevenir e tratar as úlceras diabéticas e outras complicações. Leia o manual de cuidados com os pés em pessoas com diabetes da (SBD) Sociedade Brasileira de Diabetes
Quando procurar ajuda médica urgente
Alguns sinais indicam a necessidade de atenção imediata:
- Vermelhidão intensa ou inchaço ao redor da ferida
- Presença de pus ou mau cheiro
- Febre ou calafrios
- Dor intensa ou aumento súbito do tamanho da lesão
- Escurecimento da pele (necrose)
Em qualquer desses casos, vá imediatamente ao posto de saúde ou hospital. O atraso no atendimento pode levar a complicações sérias, incluindo amputações. o manual de cuidados com os pés em pessoas com diabetes.
Dica
Após entender os riscos e complicações das feridas em diabéticos, fica claro que a prevenção é tão importante quanto o tratamento. E um dos pilares dessa prevenção está literalmente sob nossos pés: o calçado adequado para diabéticos.
Conclusão
As feridas em diabéticos exigem cuidados especiais, atenção contínua e acompanhamento profissional. O tempo de cicatrização pode ser mais longo, mas com o tratamento adequado e o uso de pomada cicatrizante para diabetes, além dos curativos corretos, é possível evitar infecções e recuperar a pele de forma segura.
O ponto principal é a prevenção. Pequenas atitudes no dia a dia como a inspeção dos pés, o uso de calçados adequados e o controle glicêmico fazem toda a diferença. Além disso, saber quando buscar ajuda médica pode evitar complicações graves e preservar a qualidade de vida.
Se você conhece alguém com diabetes, compartilhe este artigo. Informação salva vidas e neste caso, também evita sofrimento e amputações.